Das surpresas da vida.
Você reclama da mesmice da vida. Um dia igual ao outro.
Falta de homem. Homem virando gay.
O ex que insisite em ser ex, apesar das esperanças de um retorno frustado todos os dias.
Gente namorando. Casais separando.
As contas chegando por baixo da porta.
Telefona para as amigas. Joga conversa fora.
Marca aquela balada que sabe que não vai acontecer.
Confere a programação do fim de semana.
Fica por dentro das exposições, dos filmes e dos bares da moda aos quais você não vai.
A vida segue. Sem novidade. Sem surpresas. Sem ilusões. Sem decepções.
Tudo igual.
Fim de semana de feriado prolongado. Você não viaja.
Trabalho, falta de grana. Falta de vontade.
Acorda cedo.
Contra todas as previsões do Climatempo, o sol sai.
Café da manhã e um dilema: vai ou não lagartear na piscina da academia?
Depilação em falta. Biquini velho. Livro antigo.
Ninguém vai ver, mesmo - você pensa.
Arruma a cadeira, estende a canga, passa o protetor, olha ao redor.
Olha pro livro.
Alguém pede o protetor emprestado.
Você nem olha e passa.
Alguém devolve o frasco.
Você retoma a leitura.
Alguém comenta o calor e pede que vc veja mais de perto uma ferroada de uma abelha que insiste em provocar esse reencontro.
Você não encontra o ferrão e sugere que se passe um álcool no local.
Alguém levanta e segue sua recomendação.
Você fecha o livro e resolve dar uma chance à vida. À surpresa da qual vc tanto sente falta.
Alguém retorna e puxa papo.
Você aceita o convite.
A hora passa depressa. O riso corre solto.
Alguém te toca de leve.
Você retribui, tímida.
Alguém te mostra outro mundo.
Você, devolve e mostra o seu.
Alguém te acompanha na piscina.
Você continua a conversa.
Alguém pede seu telefone.
Você dá e pede de volta.
Alguém te diz "a gente se vê".
E vc descobre o inesperado.
Alguém vai embora.
E a vida, sempre igual, por instantes, fica diferente.
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